5 de nov. de 2013

Betrayed - Capítulo 4

Me encostei na poltrona.
_O que? – gritei
_Sim, você vai me ajudar a descobrir quem é Melissa, que foi? Por que do espanto?
_Não... nada não...
_Hum – levantou a sobrancelha e me encarou por uns minutos, para logo depois levantá-las como sinal de que iria chorar.
_Não chora... – só conseguir falar isso e levantei para sentar ao seu lado.
Ela me abraçou forte,  quase senti minha costela suplicando para parar de apertá-la, mas não disse nada, a abracei mais forte ainda e coloquei meu queixo sobre seus cabelos ruivos.  Ficamos assim por um tempo, até que ela se levantou, bebeu o ultimo gole de água que continha no copo.
_Obrigada Mel... tenho que ir para a casa, minha mãe deve estar preocupada comigo.
_Ah sim... vai lá, manda um beijo para a Sandra, por favor.
_Pode deixar – disse Nati se aproximando e me abraçando mais uma vez, mas dessa vez não consegui abraça-la de volta, eu estava confusa, estava com peso na consciência, não queria aquilo para mim e nem para ela... muito menos para ela.
Deitei no sofá após fechar a porta com chave, ouvi seu carro acelerando e fechei meus olhos para logo uma lágrima escorrer pelo mesmo até a boca, aquele gosto salgado cheio de culpa, cheio de ódio. Abri os olhos, olhei no relógio, cochilei por alguns minutos, levantei peguei meu celular e liguei a tela. Drew – 3 chamadas perdidas. Desliguei de novo e me sentei para assistir TV, sorri com algumas cenas do filme De repente 30 que estava passando. Meu celular começou a tocar.
_Alô?
_Oi princesa, boa noite, tá tudo bem?
Senti nojo da voz do Drew, mas ao mesmo tempo me senti confortável.
_Sim, e você está bem?
_Melhor agora.
_Hum, e o que faz ai?
_Estava jogando um pouco, parei para te ligar, e você?
_Assistindo...
_Entendi, amanhã você vai sair?
Pensa Melissa, pensa...
_Sim – falei sem pensar.
_Putz queria sair contigo, mas tudo bem.
_Tudo bem – repeti.
_Vai aonde?
_Sair com a Natália talvez...
_Natália...
_Sim, precisamos conversar sobre ela...
_Não, pode parar! Essa menina é uma mala, fica no meu pé o dia inteiro, tá louco.
_Mas é sua namorada.
_Prefiro você!
Fiquei quieta, depois de cinco minutos falei:
_Não me sinto bem com o que estamos fazendo com ela.
_Você que quis fazer isso com ela.
Sim, verdade, eu sabia que eu tinha começado, sabia que era eu que tinha dado em cima dele todas as vezes que ele ia visitar a Natália na casa dela, sabia que era eu que tinha forçado a barra para a gente se beijar  quando ela estava ajudando a mãe dela na cozinha, sabia que era eu, sabia que era tudo a minha culpa.
_Sim... – falei
_Ok... depois a gente conversa, pelo visto você não quer falar da gente.
_Acho melhor não existir “a gente” mais, poxa a gente tá mentindo para ela, estamos a enganando, todo esse tempo.
_Quase um ano... verdade bastante tempo.
Contrai a boca segurando o choro.
_Vou desligar meus pais chegaram, tchau.

Nem esperei ele continuar e encerrei a chamada. Estava me odiando naquele momento, estava pouco me importando para o Drew, por mais que eu estava confusa com o meu sentimento.